Apresentação de Bernardo Duarte (MARE-ULISBOA).

A presença de espécies não indígenas em ecossistemas marinhos tem vindo a atrair a atenção de vários grupos de investigadores por todo o Mundo, tendo sido integrada no topo da lista das preocupações em termos de avaliação da integridade destes ecossistemas. Tal como muitos outros ecossistemas marinhos, os sapais não são exceção e encontram-se em alguns casos ameaçados por espécies vegetais não indígenas. Nesta palestra, pretende-se focar o conhecimento que existe em termos de introdução histórica destas espécies através do atlântico, usando as mais recentes técnicas de biologia molecular para identificar as possíveis populações de origem. Será também focada toda a ecologia e fisiologia de propagação destas espécies não indígenas, que tem vindo a ser monitorizada através de um programa que inclui não só Portugal, mas também outros países Europeus. Este programa pretende aplicar técnicas tão variadas como a análise de isótopos estáveis, fluorometria de pulso modulado (PAM) e marcadores bioquímicos de stress, de forma a estudar melhor a ecologia de expansão destas espécies invasoras e adaptação aos ambientes que são hoje o seu habitat. Inevitavelmente, tornou-se também importante modelar a resposta destas espécies em cenários previsíveis de alterações climáticas de forma a compreender a sua resposta num futuro próximo e as implicações para o ecossistema sapal.