Este workshop surge do interesse e utilidade em divulgar o trabalho de investigação inovador que o Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), tem vindo a desenvolver, com o apoio da EDP Produção, no âmbito do Reforço de Potência do Aproveitamento de Salamonde - Salamonde II, envolvendo as albufeiras de Salamonde e Caniçada. Este projeto surgiu da necessidade de dar cumprimento à Declaração de Impacte Ambiental (DIA) da referida obra, que, entre o conjunto de diversas medidas de minimização, preconizou o recurso a soluções de engenharia natural, para controlar a erosão nas faixas interníveis das duas albufeiras - Salamonde e Caniçada - em zonas piloto. As soluções clássicas não seriam facilmente aplicadas às margens das albufeiras sujeitas a oscilações diárias de nível e uma solução inovadora e sustentável era necessária, tendo sido este o desafio colocado à FCUL. Com este seminário pretende apresentar-se os primeiros resultados desta investigação inovadora, baseada na utilização das crostas biológicas do solo, partilhando-a e pondo-a à discussão com um auditório alargado direta ou indiretamente ligado ao tema, incluindo investigadores que trabalham também na área das soluções baseadas na natureza, objetivando a resolução sustentável dos inúmeros e diversos problemas que têm vindo a colocar-se no restauro de ecossistemas degradados.
Porquê as soluções baseadas na natureza?
A natureza executa muitas funções e presta múltiplos serviços essenciais ao Homem. Por vezes, um olhar menos atento pode levar a desvalorizar essas funções, que os ecossistemas nos prestam de forma gratuita. Quantificar os bens e serviços fornecidos pelos ecossistemas é essencial para podermos fazer uma gestão racional e sustentável dos recursos. Nem sempre é possível manter a integridade dos ecossistemas e, com frequência, os impactes humanos levam à destruição de componentes dos ecossistemas, alterando o seu funcionamento, perdendo-se, consequentemente, os serviços fornecidos por estes. A forma mais sustentável, economicamente, de restaurar essas funções é voltar a colocar a natureza a executá-las. Para tal, é necessário identificar organismos chave no funcionamento dos ecossistemas, entender o melhor possível os seus mecanismos de ação e repor a estrutura e a biodiversidade que permitam restaurar essas funções no ecossistema. É isso que se propõe fazer neste seminário: atrair a atenção sobre as múltiplas possibilidades que a própria natureza oferece e apresentar diversos casos de estudo, onde soluções inovadoras, baseadas na natureza, demonstram a possibilidade de repor a funcionalidade do ecossistema, mantendo uma relação custo-benefício atrativa e sustentável.
Inscrições até 18 de março de 2016, para o e-mail paula.braga@edp.pt.