Por Augusto Barroso, professor jubilado do Departamento de Física e um dos fundadores do Centro de Física Teórica e Computacional (CFTC).
O trabalho que o Nobel premiou incide sobre aspetos subtis da Mecânica Quântica, durante muito tempo objeto de uma controvérsia muito profunda, pois relaciona-se com a natureza do universo quântico e dificuldades da respetiva conceptualização. Todavia, com o tempo, e como acontece com a maioria das áreas da ciência, deu origem a aplicações, hoje já reais, ao nível da critpografia e das comunicações quânticas.
O seminário dirige-se a toda a comunidade de Ciências em especial aos alunos de Física e de todos os cursos, pois o orador sempre nos cativou com a sua clareza pedagógica.
Augusto Barroso é um físico teórico com importantes contribuições científicas nos domínios de Física Atómica, Física Nuclear e Física de Partículas Elementares, onde se destacam os seus trabalhos relacionados com o bosão de Higgs, descoberto em 2012 no CERN. Licenciou-se em Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 1969 e doutorou-se na Universidade de Sussex em 1974.
Foi Professor Catedrático da Faculdade Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), onde foi diretor da Faculdade por duas vezes, presidente do Departamento de Física e membro fundador do Centro de Física Nuclear e do Centro de Física Teórica e Computacional (CFTC).
Fez escola na Física de Partículas em Portugal, tendo formado vários alunos de mestrado, doutoramento e investigadores pós-doutorados. A qualidade das suas aulas e palestras é amplamente reconhecida. Na altura da comemoração dos seus 60 anos, as mensagens deixadas por ex-alunos mostram que foi considerado por muitos o melhor Professor que alguma vez tiveram. Na FCUL, fundou também o ICAT- Instituto de Ciência Aplicada e Tecnologia - para facilitar a transferência de tecnologia para a indústria.
É membro da Academia das Ciências de Lisboa (desde 1988), ganhou o prémio Gulbenkian de Ciência em 1995 e foi-lhe atribuído o grau de comendador da Ordem Militar de Santiago da Espada em 2005. Foi Presidente (2009-2011) e Vice-Presidente (2001-2006) da Sociedade Portuguesa de Física. É também um grande apreciador e conhecedor de ópera.
