DOMUS - abrigar e conhecer de perto a biodiversidade de Ciências

“11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis”, "4 - Educação de Qualidade", "15 - Proteger a Vida Terrestre"

O projeto DOMUS tem como principal objetivo estabelecer uma relação de maior proximidade entre a comunidade de Ciências da ULisboa e a biodiversidade animal existente no campus. Adicionalmente, o projeto pretende promover a consciencialização do valor da biodiversidade e da sua importância na construção de cidades mais sustentáveis e com melhor qualidade de vida.

É hoje amplamente reconhecida a importância que os espaços verdes têm na manutenção e na promoção da biodiversidade urbana, mas também dos benefícios para a saúde humana. Para além de melhorar as condições ambientais (melhoria da qualidade do ar, redução de ruído e da temperatura), a existência de espaços verdes nas cidades promove o conforto físico e mental, aliviando situações de stress, ansiedade e depressão, criando uma sensação de satisfação geral e de bem-estar nas populações urbanas.

a) caixa ninho para abelhas solitárias que nidificam em cavidades - projecto POLIMax; b) células nidificantes de abelhas pedreiras e cardadoras; c, d) abelha cortadora-de-folhas (Megachile sp.) e células nidificantes; e) abelha carpinteira (Xylocopa violacea).

 

As áreas verdes urbanas são também dos poucos espaços que nos permitem manter uma ligação com o mundo natural enquanto inseridos num habitat altamente antropogénico. Apesar de termos a tendência de ver os espaços verdes apenas como locais de lazer e para a prática de desporto, estudos recentes mostram que estes espaços albergam uma grande variedade de espécies animais, sendo uma parte integrante e fundamental na manutenção destes pequenos ecossistemas e dos serviços que estes prestam.

Ratinho-ruivo (Mus spretus) & Musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula)

Ratinho-ruivo (Mus spretus) à esquerda e Musaranho-de-dentes-brancos (Crocidura russula) à direita

Embora muitas espécies se tenham adaptado à vida nas cidades e utilizarem estruturas urbanas como abrigos e locais de nidificação, a implementação de abrigos artificiais apropriados possibilita o acréscimo de locais de repouso e nidificação disponíveis no meio urbano, assegurando também uma melhor convivência entre as populações humanas e a vida selvagem. A instalação destas estruturas, especialmente quando monitorizadas por webcams, também permite estabelecer uma relação de maior proximidade entre as populações e a vida selvagem, através do acesso a aspetos das suas vidas que de outra forma nos seriam inacessíveis.

O projeto DOMUS surge na sequência do levantamento da biodiversidade do campus da FCUL, executado pelo projeto +Biodiversidade@Ciências. Com o DOMUS, pretendemos dar a conhecer de perto algumas das espécies animais identificadas no campus e, simultaneamente, fomentar a sua presença. Serão para isso instalados nas áreas verdes do campus abrigos e estações de monitorização para polinizadores, passeriformes, morcegos e outros mamíferos de pequeno porte. A instalação destas estruturas permitirá observar e registar comportamentos e hábitos menos visíveis das suas vidas, assim como a deteção de espécies mais elusivas (ex: musaranho e leirão) através de métodos não invasivos e sem necessidade de recorrer à sua captura. Através da divulgação das imagens obtidas e ações de educação ambiental, o projeto pretende fomentar uma relação de maior proximidade e empatia entre a vida selvagem e a comunidade de Ciências da ULisboa e de todos os cidadãos que dela usufruem. Pretendemos assim contribuir para a valorização da biodiversidade e dos serviços de ecossistemas associados na sustentabilidade urbana. Acreditamos que somente após o reconhecimento do valor da biodiversidade se conseguirá promover a sua proteção.

 

Coordenadores: Sophie von Merten e Ana Mota Cerveira

Membros do projeto: Miguel Azevedo, Ana Rainho, Ana Leal, Teresa Rebelo, Flávio Oliveira, Guilherme Aparício

 

Para mais informações, contactar sustentabilidade@ciencias.ulisboa.pt.