O Café Ciências sobre a exposição "Cem Meias Medidas" realiza-se no dia 12 de dezembro, pelas 17h00. A exposição está em exibição até fevereiro de 2024
Imagem cedida por PF
A busca de ordem é uma das grandes motivações da ciência, materializada em leis simples e processos claros a partir das quais se possam descrever ou explicar os fenómenos naturais.
Na exposição “Cem Meias Medidas”, Inez Wijnhorst propõe-nos um percurso visual que parece seguir um percurso similar, mas de cariz artístico. A autora começa por um desenvolvimento geométrico que a leva a um quadrado de lado 9cm, a partir do qual é simples obter uma aproximação do diâmetro da terra, à escala 1cm = 1000km — é a própria diagonal do quadrado.
Outros desenvolvimentos levam-na ao encontro de alguns elementos de geometria abstrata, como um triângulo retângulo de medidas 3-4-5 ou uma representação bidimensional de um hipercubo, entendida como sombra de uma figura a quatro dimensões. Nesta sucessão de elementos geométricos, há ainda referência a dois conceitos de Almada Negreiros, o Ponto de Bauhütte e a Relação 9/10.
Por outro lado, neste sistema encontram-se igualmente referências a medidas do espaço físico, como diâmetros de outros planetas, e igualmente a medidas lineares usadas ao longo da história, desde o côvado ou o cúbito até à polegada.
O Café Ciências “Três visões sobre a exposição ‘Cem Meias Medidas’ de Inez Wijnhorst” realiza-se no dia 12 de dezembro, pelas 17h00, na Galeria Ciências, localizada no edifício C4, no campus da Faculdade. Nesta mesa-redonda, Inez Wijnhorst, Henrique Leitão e Pedro Freitas pretendem explorar a exposição através dos seguintes pontos de vista: o da criação e da intenção dos desenhos, o do seu conteúdo matemático e físico, e o das suas eventuais interações com a história da ciência.
No entanto, e friso este ponto, o discurso de Inez Wijnhorst é essencialmente artístico e deve ser lido primeiramente de uma forma estética. Todas as referências a medidas (que dão o nome à própria exposição) são intrínsecas ao seu trabalho, mas este deve ser apreciado, primordialmente, como obra visual. É por isto que convidamos a uma visita à exposição, sem a qual não é possível apreciar verdadeiramente esta coleção.