Quintas do MARE

Padrões globais da biodiversidade marinha e o potencial impacto das alterações climáticas

Transmissão através de Videoconferência

Por: Joana Portugal (MARE-UÉvora)

As espécies marinhas são altamente suscetíveis às alterações climáticas, como demonstrado em numerosos estudos. Porém muitos desses estudos focam-se num número reduzido de espécies ou numa determinada área geográfica (local ou regional). Neste contexto, a presente dissertação tem como objetivo investigar os padrões globais de biodiversidade marinha e projetar como estes poderão estar modificados no final do século. Este trabalho constitui a primeira abordagem macroecológica que investiga, numa escala global, os impactos das alterações climáticas em taxa marinhos com alto interesse económico, como lagostas (125 espécies), cefalópodes (161 espécies) e pequenos peixes pelágicos (103 espécies). Os padrões globais de biodiversidade marinha para todos os taxa analisados mostram maior riqueza na zona dos trópicos e menor número de espécies nas maiores latitudes. No entanto, estes padrões podem sofrer modificações significativas até ao final do século verificando-se uma tendência generalizada das espécies migrarem para latitudes maiores de forma a encontrarem refúgio em áreas com boa adequação ambiental. Os modelos usados nesta tese (modelos de nicho ecológico) projetam alterações significativas na distribuição das espécies analisadas, com impactos profundos na riqueza e abundância em áreas vitais para a saúde dos oceanos e para as pescas, a longo prazo. Esta dissertação representa um contributo importante para o conhecimento dos padrões globais da biodiversidade nos oceanos futuros. Servindo os seus resultados para orientar estudos pormenorizados em áreas de risco elevado ou com espécies mais vulneráveis e informar a tomada de decisões com vista a proteção de espécies marinhas com elevado valor económico e ambiental. Contudo, atendendo aos efeitos das alterações climáticas já sentidos nos oceanos, é crucial avaliar a capacidade de adaptação destas espécies e encontrar modelos híbridos que melhor nos permitam orientar medidas de gestão e conservação futuras.

Transmissão em direto

14h00
MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente