Seminário Ciência e Império

Sonolentos na metrópole

Instituto de Ciências Sociais da ULisboa
Seminário Ciência e Império

Este seminário destina-se à apresentação de trabalhos em curso sobre as inter-relações entre conhecimento científico, tecnologia e formações imperiais. O seminário convoca historiadores, antropólogos e cientistas sociais em geral para uma reflexão conjunta e interdisciplinar sobre a ciência e o fenómeno colonial.

Realiza-se nas segundas quartas-feiras de cada mês, das 12h30 às 13h30, alternadamente na Faculdade de Ciências e no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.

As sessões são abertas à comunidade académica e não académica, apelando à participação de investigadores nacionais e estrangeiros, de diferentes instituições.

Seminário Ciência e Império "Sonolentos na metrópole"

Resumo:

A investigação científica sobre a doença do sono avançou rapidamente nas metrópoles dos impérios coloniais a partir da primeira década do século XX. Da primeira missão médica portuguesa em África, sob a direção do professor Aníbal Bettencourt, e da qual participaram Ayres Kopke, Correia Mendes e Gomes de Rezende, os primeiros resultados foram publicados em 1903. Apesar do seu impacto científico, os médicos portugueses não lograram identificar o agente etiológico. Em 1904, o Dr. Kopke retornou ao continente africano. Ele pôde examinar alguns doentes e fazer autopsias no hospital de Luanda. Como a investigação sobre a doença do sono deveria continuar na metrópole, algumas pessoas com suspeita ou já com os sintomas da doença do sono foram enviadas para o Hospital Colonial de Lisboa. Com base em artigos e documentação variada do Dr. Kopke, pretendo abordar um aspeto pouco tratado na historiografia da medicina tropical, ou seja, a importância das “cobaias humanas” para o avanço da medicina tropical durante o imperialismo colonial português.

12h30
CIUHCT - Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia
CIUHCT