60 Minutos de Ciência | Biologia e Cancro: mais próximos da cura? - André Mansinho

A biologia tumoral condiciona vários desafios aos clínicos que se dedicam ao tratamento do cancro. Caracterizado por ser um espetro extremamente heterogéneo de entidades, com uma complexidade ainda não inteiramente compreendida, o cancro tem uma  capacidade de adaptação Darwiniana à pressão seletiva exercida pelas diversas terapêuticas empregues. Adicionalmente, o cancro consegue ainda subverter os mecanismos do sistema imunitário tornando-se indetetável através de mecanismos de escape imunológico.

A disponibilidade sem precedentes de uma quantidade de informação massiva, providenciou uma janela de oportunidade magnífica para o desenvolvimento de novas terapêuticas. Existem neste momento mais fármacos em desenvolvimento para a terapêutica do cancro do que para qualquer outra patologia, correspondendo a um quarto dos ensaios clínicos em curso. Isto trouxe-nos duas novas ondas de fármacos, para além da clássica quimioterapia. Por um lado as terapêuticas dirigidas a alterações moleculares específicas e, por outro, a imunoterapia, que tem como objetivo explorar o potencial do sistema imunitário para a destruição das células tumorais, sendo capaz de ser ativa num largo espetro de patologias e de conseguir respostas sustentadas.

Neste momento, com recurso a estes meios, vislumbra-se numa parte não desprezível de doentes com doença avançada, a eradicação da doença de forma sustentada, colocando no horizonte a possibilidade de tornar o cancro uma doença crónica.
 

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