Pedro Almeida nasceu a 12 de dezembro de 1968 em Lisboa, Portugal e licenciou-se em Física Tecnológica pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa em 1992. Durante o último ano da sua licenciatura desenvolveu trabalho de investigação em novos materias semicondutores sob a orientação do Prof. Carvalho Soares no Instituto Tecnológico e Nuclear (ITN) investigando a microestrutura destes materiais. Durante este período colaborou com a Universidade Autónoma de Madrid, em Espanha e com o Institut fur Strahlen und Kernphysic da Universidade de Bonn, na Alemanha. Uma vez terminada a sua licenciatura decidiu enveredar por uma carreira académica na área da Biofísica e Física Médica e inscreveu-se no primeiro Curso de Mestrado em Biofísica realizado na região de Lisboa, dirigido pelo Prof. Eduardo Ducla Soares na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Durante este período produziu trabalhos experimentais em colaboração com o Service Hospitaler Frédéric Joliot, Orsay (CEA) em França. Obteve seu Mestrado em Biofísica (especialidade em Física Médica e Engenharia Biomédica), doutorando-se em Engenharia Biomédica (especialidade Medicina Nuclear) pela Universidade de Paris em 1999. Atualmente é Professor Auxiliar com Agregação no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, leccionando cursos teóricos e práticos das áreas da Física e da Engenharia Biomédica, sendo um dos co-criadores do Mestrado em Física Médica em colaboração com o Instituto Superior Técnico e a Faculdade de Medicina da Unversidade de Lisboa. É também consultor de Física Médica aplicada à Medicina Nuclear em unidades de saúde publicas e privadas na Grande Lisboa, tendo sido consultor de Física Médica para o Ministério da Saúde e atualmente para a Administração Central dos Serviços de Saúde. Desenvolve trabalho de investigação no Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tendo sido o seu coordenador entre 2010 e 2018. Os seus principais interesses de investigação concentram-se na quantificação de imagens em Medicina Nuclear e no seu uso para prever, tratar e avaliar o tratamento oncológico e em particular a dosimetria personalizada com radiofármacos. Outro dos seus interesses é a aquisição e o processamento de imagem em sistemas multi-modalidade (especialmente PET-MRI). Desde 2015 foi membro fundador da Rede de Saúde da Universidade de Lisboa, vice-presidente do Conselho de Escola e membro do Conselho Científico da FCUL. É Deputy Key-Liaison Officer para a iniciativa UNITE! na Universidade ede Lisboa e foi entre 2018 e 2025 sub-diretor da Faculdade de Ciências para as áreas da Comunicação e Relações Externas, É autor de mais de 100 publicações científicas (Researcher ID: D-7152-2011), tendo orientado mais 14 teses de doutoramento e mais de 50 teses de Mestrado. É nesta altura especialista em Física Médica e Especialista em Proteção Radiológica, exercendo a função de Delegado de Proteção Radiológica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Iniciámos os nossos trabalhos na área da Engenharia Biomédica durante a dissertação de Mestrado em Biofísica (1994) e após uma licenciatura em Física Tecnológica na FCUL, concluída em 1992. Nos últimos 25 anos, após o ingresso na FCUL como Professor Auxiliar em 1999, e no Instituto de Biofísica e Engenharia Biomédica (IBEB) como investigador (no mesmo ano), ano de concluso do doutoramento na Universidade de Paris, temo-nos dedicado à docência e investigação em Engenharia Biomédica e Física Médica. Enquanto que a docência cobria as necessidades do Departamento de Física da FCUL a cada ano (com a leccionação de unidades curriculares de índole geral para além das de especialidade) e muito em particular a do Mestrado em Biofísica, precursor do agora existente Mestrado Integrado em Engenharia Biomédica e Biofísica, a investigação tomou o um caminho de continuidade e incorporou na FCUL/IBEB a experiência ganha durante o doutoramento, em particular nas áreas da aquisição, reconstrução, visualização e análise de imagem em Medicina Nuclear (também conhecida hoje em dia por Medicina Molecular ou Imagem Molecular em Medicina). Criámos o nosso grupo de investigação em Imagem Médica e Diagnóstico no IBEB, tendo imediatamente assumido responsabilidades de formação ao nível de mestrado e doutoramento, atividade que se manteve ao longo dos anos, contribuindo para a formação de um número assinalável de pessoas, algumas dos quais se encontram agora a exercer funções de topo em entidades de referência na área da saúde. Uma etapa marcante do nosso percurso foi a participação como líder de uma das linhas de investigação de um projeto singular a nível mundial, em colaboração com várias entidades portuguesas e o CERN (o conjunto de projetos designados genericamente por projetos PET-mamografia). Estes projetos criaram sistemas de imagem da mama utilizando PET com a capacidade de medição da profundidade de interação dos fotões no cristal. O financiamento total associado a estes projetos, cerca de 6M€, acabou por dar origem a duas empresas, uma delas (PETsys Electronics SA) que se move hoje, com sucesso, no mercado mundial. Paralelamente com o trabalho de docência e investigação realizado na FCUL, temos desenvolvido, desde a mesma data (1999), trabalho de consultoria na área da Física Médica aplicada à Medicina Nuclear a empresas do ramo da saúde. Esta experiência multifacetada permitiu obter uma visão integrada dos panoramas de docência, investigação e empresarial no nosso país, na área da Física aplicada à Imagiologia Molecular e uma rede de contatos muitíssimo abrangente nesta área, a praticamente todos os níveis do seu funcionamento na sociedade. Os nossos interesses atuais de investigação centram-se na utilização de métodos de imagem quantitativos em Medicina Nuclear e imagiologia multimodal para avaliação de processos de doença oncológica no contexto da dosimetria de radionucídeos e na conjunção destes métodos com ferramentas de inteligência artificial para um seu melhor diagnóstico/prognóstico.

**English translation** We began our work in the field of Biomedical Engineering during the Master’s dissertation in Biophysics (1994), following a degree in Technological Physics at FCUL, completed in 1992. Over the past 25 years, after joining FCUL as an Assistant Professor in 1999, and the Institute of Biophysics and Biomedical Engineering (IBEB) as a researcher in the same year, when the PhD at the University of Paris was completed, we have dedicated ourselves to teaching and research in Biomedical Engineering and Medical Physics. While our teaching has annually addressed the needs of the Department of Physics at FCUL, by delivering general-scope curricular units in addition to specialised ones, particularly within the Master’s in Biophysics, precursor to the current Integrated Master’s in Biomedical Engineering and Biophysics, our research followed a path of continuity and brought to FCUL/IBEB the expertise acquired during the PhD. This particularly included the areas of acquisition, reconstruction, visualisation, and image analysis in Nuclear Medicine, also currently referred to as Molecular Medicine or Molecular Imaging. We established our research group in Medical Imaging and Diagnostics at IBEB, immediately assuming training responsibilities at Master’s and PhD levels, an activity that has been maintained over the years and has contributed to the education of a significant number of individuals, some of whom now hold senior positions in leading healthcare institutions. A landmark stage in our trajectory was the participation as leader of one of the research lines in a unique global-scale project, in collaboration with several Portuguese institutions and CERN (the set of projects generically referred to as PET-mammography projects). These projects developed breast-imaging systems using PET with depth-of-interaction measurement capabilities in the scintillation crystal. The total funding associated with these projects, approximately €6M, ultimately led to the creation of two companies, one of which (PETsys Electronics SA) successfully operates in the global market today. Parallel to the teaching and research work carried out at FCUL, we have also developed, since the same date (1999), consultancy work in the field of Medical Physics applied to Nuclear Medicine for companies in the healthcare sector. This multifaceted experience has enabled the acquisition of an integrated view of the teaching, research, and industry landscape in our country in the area of Physics applied to Molecular Imaging, as well as an extensive network of contacts across virtually all levels of the field’s functioning in society. Our current research interests focus on the use of quantitative imaging methods in Nuclear Medicine and multimodal imaging to assess oncological disease processes in the context of radionuclide dosimetry, and on combining these methods with artificial intelligence tools to enhance diagnosis and prognosis.