Por Carla Nunes (Escola Nacional de Saúde Pública - UNL).

O estudo da distribuição geográfica e temporal das doenças, dos seus determinantes e das características básicas da população tem uma longa tradição em Epidemiologia. É indispensável visualizar e caracterizar essas distribuições para controlar as doenças e promover a saúde, pelo que esse estudo, hoje, faz parte da missão desta área para o conhecimento e reforça a utilidade atual da Epidemiologia em Saúde Pública. Esta área temática específica tem-se desenvolvido, nas últimas décadas, com um enorme e crescente impacto. Entre outros objetivos a Epidemiologia Espacial pretende sustentar, quantitativamente e de uma forma robusta, medidas de prevenção e controlo mais indicadas para o problema de Saúde Pública e avaliar quais serão as melhores estratégias nacionais e/ou locais a serem adotadas, em função dos respetivos impactos simulados, diminuindo e/ou controlando a ocorrência da doença em análise. O estudo do Controlo da Tuberculose, com uma forte componente espacial e de determinantes de contexto, surge naturalmente como uma área inquestionável de aplicação destes métodos, com resultados muito uteis para os decisores em Saúde Pública. Neste seminário serão apresentados alguns conceitos base da Epidemiologia Espácio-temporal, aplicados ao controlo da Tuberculose, exemplificando a utilidade desta área metodológica na investigação em Saúde Pública.