De onde chegam os raios cósmicos mais energéticos?

De galáxias muito, muito distantes…

A origem dos raios cósmicos de elevada energia foi desvendada. O LIP, do qual Ciências faz parte, colaborou na obtenção dos resultados

LIP

A origem dos raios cósmicos de elevada energia foi desvendada: chegam-nos do cosmos com energias um milhão de vezes superiores à dos protões acelerados no Large Hadron Collider (LHC) do CERN - o maior acelerador de partículas e o de maior energia existente do mundo.  

O trabalho desenvolvido no Observatório Pierre Auger - a maior instalação voltada para a deteção e para o estudo das partículas energéticas - permitiu concluir que estes raios vêm de muito mais longe que os limites da nossa galáxia. Mais de 400 cientistas de 18 países colaboram neste projeto , incluindo o grupo de raios cósmicos do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), cuja cooperação remonta a 2006.

“A direção de onde nos chegam mais partículas está muitíssimo afastada (120o em ângulo) do centro e do plano da nossa galáxia, ao contrário do que se esperaria se estas partículas tivessem origem na Via Láctea. Pelo contrário, aponta para uma região onde a densidade de galáxias é relativamente elevada. A anisotropia agora descoberta tem uma significância de 5,2 desvios padrão, o que corresponde a uma probabilidade de dois em dez milhões de não ser real”, lê-se no comunicado de imprensa emitido pelo LIP.

Alan Watson, professor da Universidade de Leeds e um dos fundadores do projeto, define este resultado como sendo “um dos mais entusiasmantes” pois resolve um dos problemas por solucionar desde que o Observatório foi concebido pelo Jim Cronin e pelo próprio Alan Watson há mais de 25 anos.

Raquel Salgueira Póvoas, Área de Comunicação e Imagem de Ciências
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