O primeiro Dia Internacional do Microrganismo foi celebrado no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa
"O estudo dos microrganismos é essencial para a compreensão dos mecanismos fundamentais da vida e sua evolução, bem como para a explicação do aparecimento e manutenção da vida no planeta Terra. Os microrganismos, pela sua simplicidade morfológica e complexidade/plasticidade fisiológica, são verdadeiros suportes de vida na Terra. O seu conhecimento científico contribui ainda para novos desenvolvimentos e aplicações na indústria biotecnológica, na reabilitação ambiental, na produção de energia e nos sectores da saúde e alimentação, humana e animal. Como verdadeiras fábricas celulares que são, podem constituir verdadeiras ferramentas para a resolução dos problemas mais prementes da sociedade em direção a uma Bioeconomia, considerada prioritária para a Europa. Esta atividade económica assenta no uso de recursos renováveis para a produção dos produtos do nosso dia-a-dia (alimentos, compostos químicos, materiais, energia), através da Biotecnologia. É, por essência, uma economia circular pois, idealmente, todos os elementos usados na criação de um produto são reutilizados ou reciclados. Permite ainda reduzir o consumo de combustíveis fósseis.”
Cristina Cruz, Rogério Tenreiro e Maria Amélia Martins-Loução
O primeiro Dia Internacional do Microrganismo foi celebrado a 17 de setembro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, numa iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Microbiologia, Ordem dos Biólogos, Ciência Viva e Comissão Nacional da UNESCO.
Segundo notícia publicada no site do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c), a proposta de criação desta efeméride surgiu de Cristina Cruz e de Maria Amélia-Martins-Loução, docentes do Departamento de Biologia Vegetal (DBV) de Ciências e investigadoras do cE3c.
O dia escolhido corresponde à data - 17 de setembro de 1683 - em que o holandês Anton van Leeuwenhoek enviou uma carta à Royal Society of London com a primeira observação de bactérias vivas presentes na placa dentária, ilustradas com desenhos,
Para Maria Amélia Martins-Loução, Cristina Cruz e Rogério Tenreiro, docente do DBV e investigador do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) "é útil mostrar que a base da vida são estes microrganismos, que estabelecem interações complexas com diferentes organismos vivos, desde plantas a animais, Homem incluído, contribuindo para a sustentabilidade da vida na Terra".
Apenas 1% dos microrganismos são maus e patogénicos.