Carolina Madeira
MARE-ULisboa
Atualmente, a investigação e a monitorização dos efeitos do aumento de temperatura da água do mar nos organismos e nas comunidades marinhas necessita de se focar nos ecossistemas tropicais. Não existem critérios específicos estabelecidos que caracterizem as condições ambientais ótimas para a maior parte dos ecossistemas marinhos tropicais e das espécies que lá habitam, como tal, as ferramentas que já são há muito aplicadas em ambientes temperados necessitam de ser testadas e otimizadas para poderem ser aplicadas nestes ambientes. Neste contexto, este estudo utiliza uma espécie de peixe tropical (Amphiprion ocellaris) com importante valor comercial na aquacultura ornamental e testa o efeito do stress térmico na fisiologia do animal, integrando a resposta de biomarcadores moleculares (chaperonas, ubiquitina e enzimas antioxidantes) em vários órgãos internos, combinados com parâmetros como a variação do tamanho do animal e índice de condição ao longo do tempo de exposição. Desta forma, obtém-se informação importante sobre o funcionamento da maquinaria celular em situações de potencial stress fisiológico em organismos tropicais e analisa-se a sua relevância ecológica olhando para processos de longo prazo como o crescimento. Esta combinação de métodos permitirá começar a criar uma base para futura biomonitorização do stress térmico em espécies de peixe tropicais.