Áreas protegidas de Madagáscar eficazes no combate à desflorestação

Boophis luteus, rã endémica de Madagáscar que está ameaçada pela perda de habitat

Ricardo Rocha

O paper Contrasting spatial and temporal trends of protected area effectiveness in mitigating deforestation in Madagascar” da autoria de Johanna Eklund, F. Guillaume Blanchet, Johannes Nyman, Ricardo Rocha, Tarmo Virtanen e Mar Cabeza, publicado online a 11 de outubro de 2016 na revista “Biological Conservation”, é um dos destaques do próximo volume 203 daquela revista, a publicar em novembro.

Os resultados obtidos por esta equipa evidenciam a natureza dinâmica das áreas protegidas. O grupo de investigadores conseguiu demonstrar que, apesar da continuada extração ilegal de madeira em vários parques nacionais, as áreas protegidas de Madagáscar são de uma forma geral eficazes na redução da desflorestação.

“O aspeto mais inovador deste artigo relaciona-se com a avaliação da componente temporal da eficácia das áreas protegidas. Algumas das áreas protegidas que entre 1990 e 2000 não pareciam estar a contribuir em grande medida para a redução da desflorestação mostraram-se muito importantes na redução da perda de coberto vegetal nos dez anos seguintes. Este resultado salienta que a criação de áreas protegidas não é apenas importante para mitigar as pressões atuais, mas acima de tudo, quando bem geridas, servem para a mitigação de pressões futuras.”
Ricardo Rocha, investigador do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais

cE3c com ACI Ciências
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