Unite!

Rúben Matos: Aluno de CIÊNCIAS organiza Hackathon em Barcelona

Evento será dedicado a pensar soluções para a integração de estudantes em mobilidade

Rúben Matos posa para uma foto no edifício C6 da Faculdade de Ciências da ULisboa

Rúben Matos, aluno de CIÊNCIAS, é um dos organizadores do Hackathon Solve & Unite!

DCI CIÊNCIAS

Pensar soluções que melhorem a integração dos estudantes de intercâmbio na vida académica, social e cultural das universidades parceiras da Unite!. É este o objetivo do Hackathon Solve & Unite, que se realizará de 6 a 9 de abril de 2026 em Barcelona. As inscrições estão abertas até ao dia 14 de janeiro de 2026. Os interessados podem candidatar-se no Unite! Metacampus.

Este evento conta com um estudante de CIÊNCIAS na organização, Rúben Matos, que integra um grupo de alunos de cinco universidades, sitas em países diferentes: a Universidade Técnica de Darmstadt (TU Darmstadt), na Alemanha; a Universidade Politécnica da Catalunha (UPC), na Espanha; o Politécnico de Turim (PoliTo), na Itália; a Universidade de Ciência e Tecnologia de Breslávia (WUST), na Polónia; e a Universidade de Lisboa (ULisboa), em Portugal.


Figura 1. Cartaz Oficial do Hackathon Solve & Unite

 

Em março deste ano, falámos com o Rúben Matos, em sequência da seleção do projeto do seu grupo pelo Unite! Seed Fund 2024, de forma a perceber no que consistia e quais eram as suas expectativas para a sua concretização no terreno. Agora que o evento se aproxima, voltamos à conversa, com o intuito de descortinar os bastidores da organização e de entender um pouco melhor o que é que os participantes poderão esperar deste Hackathon multicultural.

 

Quando falámos, em março deste ano, tinhas acabado de saber que o teu grupo era um dos vencedores do Unite! Seed Fund 2024. Agora, estás prestes a realizar o Hackathon que propuseram. Qual é o teu balanço destes últimos meses de organização?

Rúben Matos (RM): O balanço que realizo, após todos estes meses, é de um imenso prazer em planear esta atividade. Apesar de estar a ser bastante trabalhoso, com toda a burocracia que acarreta, tem fomentado a cooperação entre os membros da equipa. E mais: acabou também por ajudar a fortalecer as amizades entre todos nós.

 

O Hackathon tem como objetivo pensar soluções que melhorem a integração dos estudantes de intercâmbio nas universidades parceiras da Unite!. Qual é a expectativa quanto ao que poderá sair da colaboração entre os participantes?

RM: Acreditamos que a melhor maneira de servir estudantes numa experiência internacional é, justamente, através de uma equipa internacional. No concreto, esperamos construir a base de uma plataforma que agregue alunos internacionais e que um dia possa vir a ser uma referência nas universidades, começando pelas parceiras da Unite!. Queremos ainda que este projeto vá para lá do Hackathon. A visão dos Seedfunds é essa: é que os mesmos não «morram» após a sua realização. É como plantar uma semente. Um exemplo: o legado do Ideathon de novembro de 2024, no qual nasceu esta ideia, continua vivo no Hackathon.

 

Escolheram Barcelona para realizar o Hackathon. Em que local/locais de Barcelona é que o Hackathon será realizado? E porque é que escolheram esses locais?

RM: O Hackathon decorrerá em Les Corts, no noroeste de Barcelona, no campus da UPC – Universitat Politècnica de Catalunya, uma das universidades parceiras da Unite!. Escolhemos Barcelona porque é uma cidade agregadora e um dos pináculos do multiculturalismo. É, para nós, uma referência. Acreditamos que os participantes serão bem acolhidos nesta cidade, tal como foi provado nos Dialogues e no U!Train que a Unite! lá organizou.


Figura 2. Campus Nord da UPC – Universitat Politècnica de Catalunya (UPC)

Podes revelar mais um pouco como serão estes 3 dias em Barcelona? O que têm preparado para os cerca de 20 a 25 participantes?

RM: No primeiro dia, iremos preparar os participantes para os objetivos do evento. Primeiro, teremos um quebra-gelo para que as pessoas se conheçam, pois acreditamos que a conexão interpessoal cria confiança, sendo a melhor ferramenta para a colaboração. No segundo dia, contar-se-á com trabalho intensivo no desenvolvimento da plataforma. O terceiro dia será de conclusão, de apresentação das ideias e de seleção dos vencedores.

 

O Hackathon contará com equipas mistas. Como é que será feita a distribuição dos participantes por essas equipas?

RM: Tentaremos que não haja muitos elementos da mesma universidade por equipa. Isto é para nós importante, porque o objetivo é que os participantes se conheçam e criem conexões com pessoas de outras universidades, línguas e culturas. É natural que pessoas da mesma origem ou universidade se juntem, mas nós queremos evitar esse efeito de bolha em que cada um fica somente com os da sua língua nativa, de forma segregada. O multiculturalismo é a chave.

 

Para além dos momentos de colaboração, têm algum programa pensado para que os participantes possam conhecer a cidade?

RM: Não sendo o objetivo do programa «visitar» Barcelona, haverá tempo após as atividades para passear e conviver. Os participantes poderão chegar antes à cidade e explorar, desde que a seu próprio encargo financeiro.


Figura 3. Participantes do Ideathon do Unite! Seed Fund 2024

Apenas alunos das cinco universidades representadas no vosso grupo podem participar neste Hackathon, ficando quatro universidades da Unite! de fora. O que é que motivou esta decisão?

RM: Essa não foi uma «decisão», mas uma cláusula do próprio programa Seedfund. A verba atribuída é por número de organizadores de cada universidade. Por exemplo, com um aluno a organizar, a TU Darsmtadt recebe uma certa quantia; com dois alunos, a ULisboa recebe o dobro. As universidades que não tenham organizadores no projeto não recebem dinheiro para executar e, por isso, não podem participar. Hipoteticamente, é possível haver um Seedfund que inclua as nove universidades, mas é sempre bastante complicado. Contudo, a Unite! pretende sempre que o máximo de estudantes das várias universidades participe, pelo que estão previstas medidas de estabilização e incentivo. No nosso Seedfund, estava previsto que o Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo (KTH) participasse. Contudo, houve um imprevisto, e ambos os estudantes da KTH saíram do projeto. Logo, a universidade deixou de ter verba atribuída.

 

Apenas quatro a cinco alunos de cada uma dessas universidades terão a chance de participar no Hackathon. Qual será o critério de seleção dos candidatos?

RM: Teremos dois critérios. O primeiro critério passará por dar prioridade a alunos de mestrado ou doutoramento, pois acreditamos que terão um maior compromisso com este projeto. O segundo critério passará por incluir estudantes de áreas de não-STEM, e não focar tanto só nas STEM (nomeadamente, em engenharia informática).

 

O que se seguirá depois da fase de avaliação, em maio de 2026?

RM: Em maio de 2026, será necessário avaliar o impacto que o Hackathon terá nas comunidades. Há uma vontade muito grande de tornar o Hackathon num evento anual com financiamento direto da Comissão Europeia. Nesse caso, pode-se dizer que esta seria uma «fase piloto».

Marco Matos, Gabinete de Mobilidade e Acolhimento de Ciências ULisboa
internacional@ciencias.ulisboa.pt