Transferência eletrónica vista com a lente da Química Quântica

Trajeto de transferência eletrónica num óxido metálico misto de molibdénio e tungsténio

Trajeto de transferência eletrónica num óxido metálico misto de molibdénio e tungsténio

Imagem cedida pelos autores

Huizhang Liu foi capaz de detetar através de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) um novo polioxometalato. A escolha da composição química da molécula, com dois átomos de molibdénio e nove de tungsténio, foi a estratégia usada para permitir que o eletrão permanecesse confinado a um fragmento contendo os dois átomos de molibdénio, produzindo assim uma quantificação bem-sucedida da velocidade de um eletrão a saltar de um para o outro.

Os fenómenos de transferência de eletrões são omnipresentes em toda a natureza e em Biologia Molecular representam ainda a “transdução de energia”, isto é o transporte de eletrões através de uma enzima ou proteína, segundo comunicado de imprensa emitido pela Faculdade.

Os resultados desta investigação encontram-se descritos no artigo “A lacunary tungstomolybdophosphate as an electronic pendulum: The ‘blue’ electron under examination”, publicado no Journal of Chemical Physics a 22 de março, e podem ajudar a melhorar a compreensão de como os eletrões se movem nas junções moleculares em dispositivos eletrónicos, ou na transferência de eletrões em biomoléculas com mediação de espécies metálicas.

Nuno A. G. Bandeira, investigador do Departamento de Química e Bioquímica (DQB) da Ciências ULisboa e do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) e Maria José Calhorda, professora jubilada do DQB e investigadora do BioISI, apresentam uma visão geral computacional do transporte de eletrões e dos mecanismos físicos subjacentes de um novo polioxometalato, uma espécie de óxidos de metal molecular, identificado por Huizhang Liu, na altura da elaboração do projeto, investigador de pós-doutoramento e agora CEO da Jiangsu TOP New Materials Ltd.

ACI Ciências ULisboa
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