O plástico, considerado um exemplo excecional de engenharia, e tendo até alcançando o status único de um material indispensável ao estilo de vida moderno, tem vivido momentos difíceis. Diz o designer Ezio Manzini (1945-) que “o plástico é como Zelig, o personagem de Woody Allen que se transforma de acordo com o ambiente e as circunstâncias, assumindo uma variedade de aparências”.

A diversidade de plásticos e de outros polímeros e a versatilidade das suas propriedades facilitam a produção de uma vasta gama de produtos com inúmeros benefícios sociais. Os plásticos estão em toda a parte, tomamo-los como garantidos, têm ajudado a melhorar os padrões de vida, de higiene e nutrição em todo o mundo, especialmente nos países em vias de desenvolvimento. A sua presença em sectores tão importantes como medicina (tecidos humanos, transplantes de órgãos), transportes (carros e aeronaves ultraleves), construção (isolamento), alimentação (embalagens inteligentes que monitorizam o conteúdo de alimentos em busca de sinais de deterioração), etc. pressupõe que no futuro o plástico terá um papel cada vez mais significativo nas nossas vidas.

Não obstante as enormes potencialidades dos plásticos, assiste-se a preocupações sobre os seus impactos no meio ambiente. Todavia, o problema não reside nos plásticos, mas na forma como os utilizamos, sendo que seria recomendável estabelecermos com eles, uma relação duradoura, não os tomando como simples descartáveis e prontos a ser abandonados nos aterros, nas ruas, nas praias, nos rios e nos mares…

A resolução deste problema passa por usar os plásticos convenientemente e de forma adequada e não por acabar com eles. São úteis, baratos, versáteis, inertes, servindo múltiplos fins e funções… Os plásticos não são inimigos, pelo contrário, serão cada vez mais o material para todos os usos. Parece irrealista tentar viver, um dia que seja, sem plásticos ou outros sintéticos, sendo que, por exemplo, o dilema “papel ou plástico” perdurará…