Composição de uma imagem de Vénus obtida no infravermelho com a Via Láctea em fundo
O artigo “Nightside winds at the middle-to-low clouds of Venus with Akatsuki/IR2” publicado na Astrophysical Journal Supplement Series é da autoria de Javier Peralta, Keishiro Muto, Ricardo Hueso, Takeshi Horinouchi, Agustín Sánchez-Lavega, Shin-ya Murakami, Pedro Machado, Eliot F. Young, Yeon Joo Lee, Toru Kouyama, Hideo Sagawa, Kevin McGouldrick, Takehiko Satoh, Takeshi Imamura, Sanjay S. Limaye, Takao M. Sato, Kazunori Ogohara, Masato Nakamura e David Luz.
Um dos mistérios do Sistema Solar é o facto de a atmosfera de Vénus completar uma volta ao planeta 60 vezes mais rápido do que o período de rotação deste, gerando ventos permanentes com velocidades ao nível das dos furacões. Descobrir os mecanismos que mantêm esta “superrotação” motivou um dos mais completos e detalhados estudos sobre os ventos noturnos de Vénus próximos da sua superfície.
A investigação liderada por Javier Peralta, da missão japonesa Akatsuki, teve a participação de Pedro Machado, professor do Departamento de Física de Ciências ULisboa e investigador do Instituto de Astrofísica e Ciência do Espaço.
De acordo com comunicado de imprensa do IA, a missão Akatsuki, da agência espacial japonesa JAXA, observou durante um ano o lado noturno de Vénus, permitindo analisar as nuvens entre os 48 e os 70 quilómetros de altitude. Uma das revelações mais importantes foi a descoberta de uma aceleração dos ventos, a estas altitudes, na zona crepuscular, na transição do lado diurno para o lado noturno do planeta.
Os ventos a baixa altitude são totalmente diferentes dos já estudados nas camadas superiores. Só podem ser conhecidos pela análise da luz infravermelha emitida pelo próprio planeta, domínio em que o grupo de investigação do IA deu um importante contributo, desenvolvendo um método complementar para medir os ventos no infravermelho a partir de telescópios na Terra.
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