Quintas do MARE

Nem só de sardinha vive a pesca do cerco

Como têm evoluído as populações de cavala e biqueirão na costa continental portuguesa

Auditório da FCiências.ID, Lisboa

Por Alexandra Silva e Susana Garrido (IPMA E MARE ULisboa).

A pesca do cerco em Portugal tem como espécie alvo a sardinha, contudo, devido às restrições à captura de sardinha, a frota começou a dirigir-se a outras espécies como a cavala (Scomber colias), o carapau (Trachurus trachurus) e, nos últimos anos o biqueirão (Engraulis encrasiedus). A cavala, um pelágio de tamanho médio distribui-se principalmente no sul e sudoeste das águas Portuguesas desde a costa até aos 400 m de profundidade. Nesta zona ocorrem  juvenis e adultos jovens principalmente. Dados de campanhas realizadas desde 1980 mostram um aumento pequeno mas significativo da abundância e oscilações pronunciadas, com picos relacionados com bons recrutamentos seguidos de períodos de abundância reduzida. As estimativas de biomassa dos últimos anos variam entre dezenas e centenas de milhares de toneladas, uma ordem de grandeza comparável à sardinha. O biqueirão, um pequeno pelágico, distribui-se nas águas costeiras próximas dos principais estuários, principalmente na zona norte, sobrepondo-se com as zonas de desova e de maternidade da sardinha. As campanhas de acústica realizadas desde 1998 até ao presente e os desembarques mostram que a abundância do biqueirão aumentou significativamente nos últimos anos, particularmente nos últimos 2 anos. Nesta apresentação discutimos a alternância de abundância entre sardinha, biqueirão e cavala e hipóteses para essa alternância.

14h00
MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente