O Programa de Adaptação à Faculdade (PAF) é um programa de acolhimento e integração dos novos alunos feito por alunos mais velhos, funcionando como um programa de mentorado. O PAF foi criado na FCUL em 1999, tendo-se realizado pela primeira vez no Departamento de Física. Ao longo dos anos, vários foram os departamentos em que o PAF se desenvolveu. Atualmente está a ser implementado no Departamento de Geologia, no Departamento de Informática e com os alunos Erasmus que vêm estudar para a Ciências.
Ser mentor...
A origem do nome “mentor” remonta à Grécia antiga, onde Mentor era o nome próprio de um velho ancião a quem Ulisses confiou a segurança da sua casa aquando da partida para Troia, passando Mentor a designar «conselheiro prudente».
O sistema de Mentorado funciona em torno de relações, em que um estudante mais experiente (do 2.º ano em diante) serve como guia ou mentor aos estudantes recém-chegados ao novo meio. O seu principal objetivo é o de aproveitar a experiência dos alunos mais velhos para facilitar a integração dos mais novos. Os programas de Mentorado são utilizados há muitos anos em Instituições de Ensino Superior Europeias e de outros continentes, com bons resultados.
Na FCUL, este programa foi batizado com o nome de PAF – Programa de Adaptação à Faculdade. Atualmente, encontra-se em funcionamento junto do Departamento de Geologia, do Departamento de Informática e dos alunos estrangeiros em programas de mobilidade na FCUL (ex: alunos Erasmus), sendo o objetivo a longo prazo o de o implementar em todos os departamentos de Ciências.
O mentorado é uma praxe?
Não. O PAF e as praxes têm em comum apenas o objetivo de promover a apresentação do aluno recém-chegado ao novo meio. Contudo, a participação no PAF é voluntária, o acompanhamento feito pelos mentores é mais aprofundado e específico do que aquele que é feito nas praxes e a sua disponibilidade, em princípio, manter-se-á ao longo das primeiras semanas do primeiro semestre e não apenas no início das aulas.
Mas como é que isto funciona na prática?
A implementação do PAF resulta de uma coordenação dos esforços das Comissões Executivas dos departamentos que dele beneficiam e dos psicólogos do GAPsi – Gabinete de Apoio Psicopedagógico da FCUL.
O GAPsi terá sobretudo um papel de preparação inicial dos mentores, através de uma formação sobre coordenação de grupos e de apoio durante o semestre. Contudo, na prática, o PAF é sobretudo um programa feito por alunos para alunos – são estes que contactam diretamente com os recém-chegados e que estão em melhores condições para determinar que tipo de acolhimento e acompanhamento fará mais sentido para eles.
Os mentores funcionam em equipas de dois e ficam encarregues de um pequeno grupo de novos alunos. A “esperança de vida” média de um grupo-mentor é de dois/três meses. Há grupos que duram tanto como três anos, há outros que se dissolvem após um mês. Como data indicadora, apontamos janeiro como o mês em que os novos alunos já criaram a sua rede de suporte e deixa de ser necessária a existência de encontros “formais”.
As etapas do PAF:
- Os mentores terão um primeiro encontro com o seu grupo, durante o qual os mentorandos os poderão conhecer, bem como aos seus colegas do 1.º ano;
- Durante a primeira semana de aulas, os mentores procurarão essencialmente promover atividades que ajudem os seus mentorandos no reconhecimento e adaptação ao novo meio;
- Isto passa, por um lado, por lhes apresentarem o departamento, a faculdade e (se necessário) a cidade de Lisboa, apontando-lhes os sítios mais importantes e respondendo às suas dúvidas;
- Por outro lado, é importante que lhes transmitam alguns conhecimentos implícitos sobre o curso e as suas particularidades – aquelas coisas que quem já passou pelo mesmo sabe melhor que ninguém (as burocracias, a estrutura do curso, que cadeiras é necessário fazer para poder fazer outras mais tarde, a melhor maneira de estudar, os livros que vale e não vale a pena comprar, etc);
- Além disso, como o mentorado funciona em grupo, permite que a integração dos novos alunos seja feita também ao nível do estabelecimento de relações, quer entre mentorandos e mentores quer entre o grupo de mentorandos – poderão almoçar juntos alguns dias, conversar no bar, fazer coisas fora da FCUL, etc;
- Mas o mentorado não acaba aqui! Os mentores estarão disponíveis para se encontrarem com os mentorandos quando estes precisarem (se puderem, evidentemente) e combinarão com eles alguma forma de contacto.
Aos potenciais mentores...
O que é que eu ganho em ser mentor?
Por um lado, a satisfação que poderás retirar ao ver que a tua participação contribuiu para melhorar a integração dos teus mentorandos. Por outro, poderás beneficiar de uma formação sobre coordenação de grupos (com direito a certificado de participação) que te permitirá desenvolver competências que provavelmente te serão úteis na tua vida futura. Além disso, o mentorado constitui também para ti uma oportunidade de conhecer pessoas e fazer amigos.
Procuram-se...
Alunos do 2.º ano em diante que:
Tenham espírito de interajuda;
Gostem de conhecer pessoas novas;
Tenham disponibilidade para ouvir o outro;
Sejam pessoas presentes, a que os mentorandos saibam que podem recorrer para ajudar a resolver alguma questão que surja.
Alunos para o mentorado de estudantes Erasmus que:
Tenham as características anteriormente expostas;
Tenham tido uma experiência de estadia no estrangeiro (p. ex. Erasmus), para que possam, através das suas próprias experiências, definir quais as necessidades específicas destes novos alunos;
Tenham a possibilidade de fazer um acompanhamento no início de um dos dois semestres ou em ambos.
Se te reconheces nesta descrição (ou, pelo menos, em parte dela), tens potencial para vir a ser um bom mentor. Procura-nos no GAPsi para te inscreveres como mentor para o próximo ano letivo.
Aos novos alunos
O que é que eu ganho em ter um mentor?
De acordo com a experiência decorrida até ao momento, pensamos que a tua integração num grupo de mentorado aumenta a tua probabilidade de:
Adquirires importantes conhecimentos implícitos sobre este novo meio e aumentares o número de estratégias para lidar de forma mais eficaz com alguns dos problemas que poderão surgir. O programa permite que estes conhecimentos e estratégias, que de outra forma só poderiam ser adquiridos com o passar do tempo, o sejam com maior rapidez e menor dificuldade, com tudo o que de positivo daí resulta. Isto aplica-se:
Ao nível académico, permitindo-te partilhar e resolver dificuldades que possas ter ao nível dos métodos de estudo ou adequação vocacional, promovendo o aparecimento de resultados académicos mais positivos.
Ao nível social, permitindo-te prevenir eventuais dificuldades na tua integração social e diminuindo a sensação de anonimato que é frequente em meios grandes e desconhecidos.
Como contacto os meus mentores?
Se por algum motivo não puderes ir ao primeiro encontro e quiseres mais tarde contactar os teus mentores, podes:
Perguntar aos colegas do teu ano quem é que também os tem como mentores;
Perguntar numa aula de alunos do 2.º ou 3.º ano se os conhecem;
Contactar o GAPsi (C4, piso térreo, sala 4.1.25, tel 217 500 435) e dizer que queres falar com os teus mentores.
Sim, mas eu não preciso de ajuda
Nesse caso, ótimo. Por outro lado, talvez os teus colegas beneficiem da tua ajuda. Está também nas tuas mãos contribuir para um bom ambiente na tua faculdade ou departamento, promovendo o espírito de entreajuda e a coesão entre colegas. Ao participares no PAF estás também a criar condições para aumentar de forma construtiva o teu poder de intervenção e o dos teus colegas na vida académica.