Abelhas do tempo dos faraós encontradas mumificadas na Costa Sudoeste

abelha mumificada

Os casulos produzidos há quase 3000 anos preservam, como num sarcófago, os jovens adultos da abelha Eucera que nunca chegaram a ver a luz do dia

Federico Bernardini/ICTP

Este projeto resulta de uma cooperação ibero-italiana que juntou investigadores do IDL Ciências ULisboa, do DISTAV – Universidade de Génova, do MARE – Universidade de Coimbra, do Instituto Politécnico de Tomar, do Centro Português de Geo-História e Pré-História, do Centro de Investigação em Física Teórica Abdus Salam das universidades de Siena, Veneza e Sevilha.

Um novo estudo publicado na revista internacional Papers in Paleontology dá conta da descoberta de centenas de abelhas mumificadas no interior dos seus casulos, num novo sítio paleontológico descoberto no litoral de Odemira.

Este método de fossilização é extremamente raro e normalmente o esqueleto destes insetos é decomposto rapidamente, já que tem uma composição quitinosa, que é um composto orgânico.

“O grau de preservação destas abelhas é de tal modo excecional que pudemos identificar não apenas detalhes anatómicos que determinam qual o tipo de abelha, mas também o seu sexo e até a provisão de pólen monofloral deixada pela progenitora quando construiu o casulo”, diz Carlos Neto de Carvalho, paleontólogo que coordenou o projeto e colaborador do Instituto Dom Luiz (IDL) há vários anos e que se encontra a terminar a tese de doutoramento na Ciências ULisboa sobre a Icnologia do Quaternário do SW Ibérico e o seu contributo paleoecológico e paleoetológico.

O projeto identificou quatro sítios paleontológicos com elevada densidade de fósseis de casulos de abelhas, atingindo milhares num quadrado com um metro de lado. Estes sítios foram encontrados entre Vila Nova de Milfontes e Odeceixe, no litoral de Odemira, autarquia que deu um forte apoio à execução deste estudo científico, permitindo a sua datação por carbono 14.

“Com um registo fóssil de 100 milhões de anos de ninhos e colmeias atribuídas à família das abelhas, a verdade é que a fossilização do seu utilizador é praticamente inexistente” reforça o paleontólogo italiano Andrea Baucon, um dos coautores do presente trabalho.

Estes casulos produzidos há quase 3000 anos preservam, como num sarcófago, os jovens adultos da abelha Eucera que nunca chegaram a ver a luz do dia. Esta é uma das cerca de 700 espécies de abelhas que ainda existem atualmente em Portugal continental.

Carlos Neto de Carvalho é coordenador científico do Geopark Naturtejo Mundial da UNESCO.

O novo sítio paleontológico descoberto mostra o interior dos casulos revestido por um intricado de fios produzidos pela progenitora e compostos de um polímero orgânico. No seu interior, por vezes encontra-se o que resta da provisão de pólen monofloral deixada pela progenitora, com que a larva se terá alimentado nos primeiros tempos de vida. A utilização de tomografia microcomputorizada permitiu ter uma imagem perfeita e tridimensional das abelhas mumificadas no interior de casulos selados.

As abelhas contam com mais de vinte mil espécies existentes em todo o mundo e são importantes polinizadores, cujas populações têm sofrido um significativo decréscimo por conta de atividades humanas e que tem vindo a ser associado a alterações climáticas. Perceber as razões ecológicas que levaram à morte e mumificação de populações de abelhas há quase três mil anos poderá ajudar a entender e a estabelecer estratégias de resiliência às alterações climáticas. No caso da costa sudoeste, o período climático que se vivia há quase três mil anos era pautado, em geral, por invernos mais frios e chuvosos do que os atuais.

“Um decréscimo acentuado da temperatura noturna no final do inverno ou um alagamento prolongado da área já fora do período das chuvas poderá ter levado à morte, pelo frio ou asfixia, e mumificação de centenas destas pequenas abelhas”, conclui Carlos Neto de Carvalho.

abelha mumificada
A utilização de tomografia microcomputorizada permitiu ter uma imagem perfeita e tridimensional das abelhas mumificadas no interior de casulos selados
Fonte Federico Bernardini/ICTP

IDL com GJ Ciências ULisboa
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
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"Na Ciências ULisboa temo-nos esforçado ao longo dos anos para desenvolver um programa que trará uma semana inesquecível a estes jovens", escreve Ana Sofia Santos, monitora central do Verão na ULisboa, no artigo de opinião sobre o programa.

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"A ideia de que o sentido de humor pode facilitar o ajustamento, a gestão e a regulação emocional parece ter bastante fundamento. Mas, como, onde e como entram os limites do humor nesta questão?", escreve Samuel Silva, psicólogo no GAPsi Ciências ULisboa.

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Os cientistas Susana Custódio e Luís Matias escrevem sobre o Centro do Terramoto de Lisboa, que nasceu de uma vontade de contar a fascinante história do sismo de 1755. A Faculdade e o IDL Ciências ULisboa são parceiros do Quake. 

mar

Novo artigo científico publicado na Frontiers in Marine Science alerta para a necessidade de uma visão global para o oceano no acordo internacional atualmente em elaboração no quadro das Nações Unidas. Artigo conta com a participação de dois professores e investigadores da Ciências ULisboa.

imagem ilustrativa do prémio

O Prémio DHFC 2021 foi atribuído a Daniele Molinini, investigador do CFCUL, membro do grupo de investigação Filosofia das Ciências Formais, Metodologia e Epistemologia.

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"Hugo Duminil-Copin é um físico-matemático que trabalha em teoria das probabilidades. Um daqueles que, durante os vinte últimos anos, regressou à fonte histórica de inspiração das matemáticas, a física teórica", escreve Jean-Claude Zambrini, professor do DM Ciências ULisboa, no ensaio dedicado ao matemático galardoado com a medalha Fields.

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“Jovens investigadores” é o projeto da EBS Alfredo da Silva, no Barreiro, que permite aos alunos estabelecerem uma relação de proximidade com professores e investigadores do ensino superior, nomeadamente da Ciências ULisboa.

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Já existem mais três miniflorestas plantadas na AML e muitas outras estão a germinar. “A FCULresta cumpre assim um outro objetivo, o de inspirar e apoiar a plantação de mais florestas urbanas biodiversas”, escrevem David Avelar, António Alexandre e Diogo Mendes.

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"O que motiva June Huh é a busca da beleza na Matemática, e a descoberta de ligações entre diferentes áreas desta disciplina", escreve Carlos A. A. Florentino, professor do DM Ciências ULisboa, no ensaio dedicado ao matemático galardoado com a medalha Fields.

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A expedição South Atlantic Transect II (IODP 393) zarpou a 11 de junho de 2022 da Cidade do Cabo, na África do Sul, e tem uma duração de 61 dias. A equipa a bordo tem cientistas de várias partes do globo na expectativa de obter respostas para algumas questões apaixonantes e relacionadas com alterações nos ambientes da Terra durante os últimos 61 milhões de anos. Uma dessas cientistas é Alina Shchepetkina, investigadora do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa.

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Luís Carriço, professor do Departamento de Informática e investigador do LASIGE, tomou posse como diretor da Ciências ULisboa, esta quarta-feira, dia 20 de julho, numa cerimónia que juntou vários membros da Faculdade e Universidade, na sala de atos, sita no edifício C6. A boa disposição imperou no ato solene, durante o qual os professores Margarida Santos-Reis, Hugo Miranda, Jorge Relvas, Maria João Gouveia e Pedro Almeida foram indigitados subdiretores da Faculdade.

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Nuno A. G. Bandeira, investigador do DQB e do BioISI Ciências ULisboa, escreve sobre um estudo, que constitui um marco na evolução do conhecimento e na busca de melhores materiais para aplicação na spintrónica e computação à escala quântica.

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Dois anos depois de um interregno, “Ser Cientista” está de volta de 25 a 29 de julho e propõe a jovens alunos que experimentem a “vida” de um investigador.

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O mestrado em Geologia tem como objetivo formar profissionais com uma formação sólida em áreas chave das Ciências da Terra e que possam responder aos desafios da sociedade do século XXI. Artigo de opinião do Departamento de Geologia a propósito deste novo plano de estudos.

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A Faculdade tem um novo ciclo de estudos acreditado pela  Agência e Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), para substituição dos mestrados na área da Geologia com 90 ECTS. O novo mestrado em Geologia tem a duração de dois anos, com 120 ECTS.

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“A iniciativa alcançou o sucesso científico desejado, prontamente reconhecido pela maioria dos seus participantes, (...) o que confirma o interesse crescente que os temas dos riscos urbanos têm vindo a suscitar, no seio da comunidade técnica e científica internacional”, escreve Paula Teves-Costa, presidente da Comissão Organizadora da ICUR2022.

evento da ECFS com pormenor para sigla da sociedade

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Dua jovens observam espécies no campus da Faculdade

"O BioBlitz é uma metodologia para realizar uma avaliação rápida da biodiversidade de um local num determinado período de tempo", escrevem Patrícia Tiago e Sergio Chozas, coordenadores do +Biodiversidade @CIÊNCIAS. Há cerca de um mês dinamizaram um BioBlitz no campus da Faculdade. Leia a crónica dos cientistas sobre o assunto.

Imagem de satélite da erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai

Estudo publicado na Nature e liderado por investigadores do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) explica o mecanismo por detrás da geração e propagação do tsunami incomum, ocorrido após a explosão colossal do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai, em Tonga.

Imagens do campus, laboratórios e salas de aula

Entrevista com os professores Cláudio M. Gomes, Margarida Gama Carvalho e Carlos Cordeiro - membros da Comissão de Coordenação do Mestrado em Bioquímica e Biomedicina -, sobre o mestrado em Bioquímica e Biomedicina. Até maio de 2022, cerca de 165 alunos concluíram com sucesso este mestrado, criado em 2009.

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