Entrevista com… Gheorghe Dunca

Gheorghe Dunca
Cedida por GD

Em fevereiro de 2015 concluiu com sucesso o curso, que não foi a primeira escolha, mas que lhe deu “uma elevada capacidade de adaptação e aprendizagem”. Gheorghe Dunca chegou a Portugal quando tinha 12 anos e à Faculdade de Ciências da ULisboa em setembro de 2009. Agora, o jovem europeu quer “pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso e crescer profissionalmente”.

Ciências - Como surgiu este trabalho – desenvolvimento de um barómetro da eficiência energética?

Gheorghe Dunca (GD) - A criação de um barómetro da eficiência energética foi sugerida pelos Serviços Centrais da ULisboa para dar resposta à necessidade de conhecer o panorama global da eficiência energética na Universidade de Lisboa, cuja dimensão e diversidade foi aumentada através da recente fusão (2013).

Ciências - O que mais gostou de fazer no âmbito deste projeto?

GD - O que mais gostei no projeto foi a parte final, quando apareceram os primeiros resultados. Os primeiros testes permitiram avaliar a adaptabilidade do barómetro à realidade da ULisboa e identificar oportunidades de melhoria, o que fortaleceu o método de avaliação da eficiência energética.

Ciências - Existiram momentos difíceis? Se sim, como os ultrapassou?

GD - Um dos principais desafios do barómetro era permitir a comparabilidade do desempenho energético de unidades orgânicas com diferentes características de consumo. Até à parte final do projeto, fase de testes e afinações, houve vários momentos em que duvidei que o método desenvolvido se pudesse adaptar à realidade de cada unidade e que, simultaneamente, tivesse a capacidade de fornecer indicadores de eficiência energética comparáveis. Para ultrapassar esses momentos mais difíceis do projeto tive o apoio da Márcia Vila e do André Amaral, dos Serviços Centrais da ULisboa, que acompanharam o meu projeto e acreditaram sempre na importância deste trabalho para a universidade.

Gheorghe Dunca
Fonte: Cedida por GD
Legenda: "Da Roménia trouxe memórias especiais e uma preparação escolar sólida, o que me facilitou muito a transição para o ensino português", diz Gheorghe Dunca

Ciências - E agora, o que vai continuar a fazer no âmbito deste trabalho?

GD - O projeto que desenvolvi no âmbito da minha tese de mestrado está em fase de testes, tendo sido testado apenas para algumas escolas da universidade. Para ser utilizado como ferramenta de gestão de recursos e autoconhecimento da ULisboa deve ser testado com informações de consumo de todas as unidades orgânicas pertencentes à universidade e efetuadas as devidas afinações. Gostaria de continuar a desenvolver este projeto, pois considero que tem potencial para contribuir positivamente para uma gestão eficiente dos recursos na ULisboa e ainda promover a sua eficiência energética.

Ciências - Porque é que escolheu este curso?

GD - Sempre gostei de resolver desafios que requerem soluções engenhosas e criativas. Escolhi este curso por representar um dos maiores desafios globais que enfrentamos atualmente, a dependência fóssil.

Ciências - Foi a 1.ª opção?

GD - Não. Foi a segunda opção, a primeira foi o curso de Engenharia Aerospacial, para o qual a minha nota não foi suficiente.

Ciências - O que está a fazer neste momento?

GD - Neste momento procuro uma oportunidade profissional, na minha área de formação, para pôr em prática os conhecimentos adquiridos durante o curso e crescer profissionalmente. Entretanto, estou a colaborar com o Centro de Formação - Casa da Educação, desempenhando funções de tradutor/intérprete nos projetos Erasmus+ entre escolas romenas e instituições portuguesas.

Campus de Ciências
Fonte: Área de Sustentabilidade da ULisboa
Legenda: "Os primeiros testes permitiram avaliar a adaptabilidade do barómetro à realidade da ULisboa e identificar oportunidades de melhoria", explica Gheorghe Dunca

Ciências - Qual é o balanço que faz do seu percurso académico?

GD - Muito positivo. Durante o meu percurso académico tive a oportunidade de estudar diversas temáticas, trabalhar num ambiente estimulante de criatividade e conhecer pessoas inspiradoras e apaixonadas pelo trabalho que desenvolvem. O meu curso alargou-me os horizontes quanto à compreensão dos desafios energéticos atuais e muniu-me de uma elevada capacidade de adaptação e aprendizagem.

Ciências - O professor Miguel Centeno Brito foi o seu orientador. Como correu essa experiência?

GD - Já conhecia o professor Miguel Centeno Brito das diversas cadeiras que lecionou, antes de começar a minha tese de mestrado, e fiquei muito satisfeito quando soube que ia orientar o meu trabalho. Trabalhar com o professor é muito fácil, pela capacidade que tem em resumir as questões ao essencial e identificar os pontos-chave no desenvolvimento de um projeto. A orientação do professor foi fundamental para o desenvolvimento do barómetro, principalmente no início do projeto, nos momentos de planeamento e de definição dos pilares.

Ciências - É natural da Roménia e tem nacionalidade portuguesa. Tem 24 anos. Se tivesse que se apresentar, como o faria?

GD - Conheci Portugal com 12 anos e desde então resido aqui, foi uma mudança radical, nova cultura, nova língua, novos colegas, mas sempre encarei esta mudança com entusiasmo e a adaptação foi fácil, contando sempre com o apoio da família. Da Roménia trouxe memórias especiais e uma preparação escolar sólida, o que me facilitou muito a transição para o ensino português. Decorridos os últimos 12 anos em Portugal, posso afirmar que me sinto em casa, tanto em Portugal como na Roménia. Se tivesse que me apresentar, diria que sou um jovem europeu, gosto de viajar, especialmente na Europa, e sinto que faço parte desta comunidade pluricultural.

“Sempre gostei de resolver desafios que requerem soluções engenhosas e criativas. Escolhi este curso por representar um dos maiores desafios globais que enfrentamos atualmente, a dependência fóssil.”
Gheorghe Dunca

Ana Subtil Simões, Gabinete de Comunicação, Imagem e Cultura
info.ciencias@ciencias.ulisboa.pt
José Ricardo Paula

José Ricardo Paula, investigador auxiliar júnior no Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), é o vencedor da 4.ª edição do FLAD Science Award Atlantic, atribuído pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). De acordo com o comunicado de imprensa emitido pela FLAD, “José Ricardo Paula irá receber 300 mil euros de financiamento, em três anos, para desenvolver uma ideia inovadora, nomeadamente, o projeto ‘ATLANTICDIVERSA’, que pretende contribuir para compreender o papel dos mutualismos de limpeza na conservação da Biodiversidade do Atlântico, com recurso a tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial”.

Movimento de partículas ativas em meios desordenados

Sabia que quando um conjunto de robots ou bactérias se move num espaço onde há vários objetos livres, esses robots ou bactérias desviam esses objetos para poderem passar? Um grupo de investigadores da Ciências ULisboa e das universidades de College of London (Reino Unido) e de Gothenburg (Suécia) conseguiu mostrar que o rasto deixado por esse movimento contribui para a formação de grupos, funcionando como um mecanismo efetivo de comunicação entre eles.

Fotografia de Catarina Frazão Santos

Catarina Frazão Santos, investigadora no DBA Ciências ULisboa e no MARE, em entrevista ao canal YouTube da Faculdade, a propósito da distinção do ERC, com uma bolsa de arranque, no valor de quase 1,5 milhões de euros, dá a conhecer a sua pessoa, os objetivos e expetativas do projeto PLAnT, refletindo também sobre o contributo da Faculdade para o seu percurso profissional e a importância da sua área de investigação.

Identidade gráfica do café ciências da exposição cem medidas

“Cem Meias Medidas: desenhos e gravuras de Inez Wijnhorst” está patente ao público na Galeria Ciências até fevereiro de 2024. O curador da exposição - Pedro  Freitas - escreve uma crónica sobre esta mostra inaugurada a 21 de novembro. A 12 de dezembro, pelas 17h00, na Galeria Ciências, o curador e a autora participam numa mesa-redonda, que conta ainda com a participação do cientista Henrique Leitão. Os três pretendem explorar a exposição através dos seguintes pontos de vista: o da criação e da intenção dos desenhos, o do seu conteúdo matemático e físico, e o das suas eventuais interações com a história da ciência.

Conceção artística de um buraco negro

Num artigo publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics, uma equipa internacional liderada por Rodrigo Carvajal, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Ciências ULisboa, e que inclui dez investigadores do IA, apresenta um método de aprendizagem automática (machine learning) que reconhece galáxias superluminosas no início do Universo.

Ignacio Schoendorff, diretor geral da Gilead, Perpétua Gomes, da Comissão de Avaliação dos Projetos de Investigação em Virologia, Margarida Gama Carvalho e a sua equipa

O projeto de investigação miThic-eSwitch na área da Virologia – Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Adquirida/ Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, coordenado por Margarida Gama Carvalho, professora do DQB e líder de um dos grupos do BioISI, foi um dos vencedores da 9.ª edição do Programa Gilead GÉNESE, com um prémio no valor de 34 mil euros.

Fotografia de António M. Vallêra

“Neste ensaio analiso a descarbonização simultânea dos transportes terrestres e do sistema elétrico, tomando Portugal como um caso de estudo, e comparo os resultados de vários modelos possíveis para esta transição”, diz António M. Vallêra, autor do livro “The Transition”.

Carlos Marques da Silva à frente do globo do C6

O estudo coordenado por Carlos Marques da Silva, professor do Departamento de Geologia da Ciências ULisboa e investigador do Instituto Dom Luiz (IDL), venceu a 2.ª edição do Prémio Paleontologia e Estratigrafia de Portugal, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Paleontologia (SPdP) e pela empresa Chronosurveys.

Exemplo de linhas de costa derivadas da ferramenta CASSIE

Daniel Pais, estudante de doutoramento em Geologia na Ciências ULisboa, é um dos autores do  artigo - “Benchmarking satellite-derived shoreline mapping algorithms” - publicado na Communications Earth & Environment, e que apresenta uma avaliação inédita da precisão na deteção da linha de costa, através de imagens satélites disponíveis ao público.

Representantes do Tec Labs e das suas startups e spin-offs posam para fotografia

O Tec Labs esteve no LISPOLIS a celebrar os resultados da call INNOV-ID, promovida pela Agência Nacional de Inovação e pela Portugal Ventures e que financiou nos últimos três anos, com mais de 5,5 milhões de euros, mais de 55 projetos inovadores e startups nascidos no ecossistema científico e tecnológico português. Nesta terceira call, como ignition partner da Portugal Ventures, o Tec Labs conseguiu ajudar duas startups do seu ecossistema  - a Generosa e a KeepIT - garantindo um investimento de 100 mil euros cada.

várias pessoas sentadas em volta de uma mesa

No dia 6 de novembro, o MARE ULisboa recebeu nas suas instalações Tibor Králik, embaixador da Eslováquia em Portugal, numa reunião preparatória da visita de estado a Portugal da presidente daquele país, Zuzana Čaputová, agendada para os dias 5 e 6 de dezembro.

Zita numa sala com livros

"Portugal é mais mar que terra”, diz a professora cientista - Maria José Costa – bióloga marinha, nesta curta entrevista a propósito do Grande Prémio Ciência Viva 2023, que lhe é atribuído, pela sua colaboração na disseminação da cultura científica nas áreas da biodiversidade marinha, ambiente e literacia do oceano.

Alan Phillips, investigador no Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa e no Laboratório de Genómica e Microbiologia Translacional, no Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), foi novamente distinguido na lista de investigadores altamente citados de 2023 da Clarivate Analytics, na categoria de Ciência Vegetal e Animal. O investigador Alan Philips desenvolve trabalho na área da Microbiologia e foi, este ano, reconhecido pela 6ª vez consecutiva pela Clarivate como um dos investigadores mais citados a nível mundial.

Atribuição dos prémios BfK

"Em Ciências ULisboa decidimos candidatar à edição deste ano do BfK o projeto “Block-Based Accessible Tangible System” desenvolvido por Filipa Rocha, estudante de doutoramento em Informática no LASIGE Ciências ULisboa e participante no Impact Program do nosso ScienceIN2Business. A ideia do projeto é tornar a aprendizagem digital mais acessível às crianças com dificuldades visuais". Leia a crónica do Tec Labs sobre o assunto.

Einstein com estudantes da Lincoln University

"Ao longo destas décadas, a presença da Filosofia da Ciência tem sido enriquecedora no trajeto de muitos nesta Faculdade e um elemento diferenciador relativamente a outras escolas", escreve João L. Cordovil, coordenador científico do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

Foto de grupo com delegação chinesa e representantes da Ciências ULisboa

A 10 de novembro a ULisboa recebeu a visita de uma delegação chinesa de altos dignitários, professores, investigadores e estudantes de doutoramento, durante a qual foi renovado o protocolo entre a ULisboa e a Universidade de Xangai. Após uma sessão de abertura na reitoria da Universidade, a delegação visitou Ciências ULisboa e o Instituto Superior Técnico.

11 estudantes

Este ano 11 estudantes da Ciências ULisboa foram premiados com Bolsas Gulbenkian Novos Talentos, nas áreas da Biologia, Física, Matemática e Ciências Sociais.

Representação de cinco estrelas e de braço humano

Os rankings “Times Higher Education (THE) World University Rankings 2024 by Subject”, “QS World University Rankings by Subject 2023” e “ShangaiRanking’s Global Ranking of Academic Subjects 2023” atribuem à ULisboa posições de destaque nas áreas de ensino e investigação da Faculdade.

Bombeiro e participante a apagar um fogo com extintor no campus

Em outubro, Ciências ULisboa organizou um conjunto de ações de sensibilização dedicadas à segurança no campus da Faculdade. A iniciativa “Ciências em Segurança”, promovida pela Associação de Estudantes, contou com a ajuda do Gabinete de Segurança, Saúde e Sustentabilidade  e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa. 

Catarina Frazão Santos

O Conselho Europeu de Investigação atribui bolsa de arranque, no valor de 1,499,819.00 euros, a Catarina Frazão Santos, investigadora e docente no Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigadora integrada no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, pelo seu projeto “Planeamento do Uso Sustentável do Oceano na Antártida num contexto de Alterações Ambientais Globais (PLAnT)”.

imagem ilustrativa de inteligencia artificial

"Conceitos que no passado eram aplicados exclusivamente à mente e ao cérebro humano estão agora a ser aplicados aos sistemas computacionais", escreve Klaus Gärtner, investigador do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

"Este acontecimento é uma oportunidade para divulgar e celebrar a qualidade da investigação e da inovação desenvolvidas na Ciências ULisboa”, diz Margarida Santos-Reis, subdiretora da Faculdade para a área da investigação, a propósito da 5.ª edição do Dia da Investigação e Inovação.

imagem gerada por IA

"A realização de determinadas funções biológicas é explicada como efeito de uma “computação natural” executada pelo organismo. O objetivo destes programas é, como bem exemplificado por este recente artigo de Joshua Bongard e Michel Levin, promover uma confluência entre biologia e engenharia", escreve Lorenzo Baravalle, investigador do Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa.

pessoas a escavar na terra

Pegadas de dinossauros com 195 milhões de anos foram descobertas em Alvaiázere, no distrito de Leiria, sendo as mais antigas da Península Ibérica, segundo estudo publicado na revista científica Historical Biology. Carlos Neto de Carvalho, investigador do Instituto Dom Luiz, é um dos autores do trabalho.

Anfiteatro com pessoas

A 4.ª edição do acontecimento organizado pela Associação Portuguesa de Estudantes de Física (Physis), em colaboração com IA Ciências ULisboa e o Núcleo de Física e de Engenharia Física (NFEF) da Ciências ULisboa começou esta sexta-feira, dia 13 de outubro, no campus da Faculdade e termina este domingo, dia 15. Um dos pontos altos do programa é o debate “Há futuro na exploração espacial?”.

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