Férias

Sete cientistas dão sugestões para as férias

Sete cientistas dão sugestões de verão

Caras conhecidas de CIÊNCIAS deram a conhecer atividades que estimulam o intelecto durante as férias

DCI-CIÊNCIAS

Porque agosto não é só mais um mês no calendário, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS) decidiu recolher, junto de cientistas, sugestões para quem gosta de pôr os neurónios a mexer. Ana Simões, António Casimiro, Jorge Buescu, Manuel Carmo Gomes, Margarida D. Amaral, Miguel Miranda, e Pedro Machado aceitaram o repto e dão sugestões para as férias. O resultado promete não deixar ninguém de fora.


1. À descoberta dos Passadiços do Mondego – Manuel Carmo Gomes, professor do Departamento de Biologia Vegetal

Manuel Carmo Gomes

Para este verão, Manuel Carmo Gomes propõe uma ida aos Passadiços do Mondego para uma travessia de 12 quilómetros (ou 24 quilómetros de ida e volta) pelo Geopark Estrela da UNESCO, em pleno Parque Natural da Serra da Estrela. A sugestão combina “botânica, fauna e geologia” e promete não desiludir os “amantes de caminhadas”. “Além dos passadiços em madeira (6,5 km), inclui trilhos naturais, uma calçada romana milenar, e três pontes suspensas muito cénicas, com passagem por quedas de água e cascatas naturais de águas cristalinas, entre as quais, a cascata da Ribeira do Caldeirão é talvez a mais famosa”, descreve o investigador que tem trabalho reconhecido na área da epidemiologia.

A par de “carvalhos, castanheiros e sobreiros”, a caminhada tem como aliciante as “águas límpidas do Mondego” e as “galerias de amieiros, freixos, salgueiros e sabugueiros”. O medronheiro, a giesta, a urze e o tojo também são presença assídua, enquanto na fauna, há a possibilidade de descobrir guarda-rios, chapins e rãs verdes, ou até lontras, lagartos de água e sardões, além de raposas e ouriços cacheiros.

Manuel Carmo Gomes aproveita para preparar os mais entusiastas para o desnível e a escadaria, e acrescenta que o percurso “pode ser feito de, pelo menos, três formas, com entrada pela barragem do Caldeirão, por Vila Soeiro, ou por Videmonte. “O site do Geopark identifica mais de uma centena de geosítios relevantes, com diferentes tipologias”, refere. Nas dicas úteis, figuram ainda o chapéu, o protetor solar, comida e água, que podem revelar-se providenciais perante a escassez de sombra e de serviços de restauração.


2. Geocaching para todos – António Casimiro, professor do Departamento de Informática

António Casimiro

Quem nunca “cachou” que pegue no telemóvel – e nunca se esqueça de ligar o GPS. A sugestão vem de António Casimiro e remete para a gíria dos aficionados do geocaching que, por sua vez, também mostra afinidade com o verbo cachar, quando se trata de esconder algo. “A atividade consiste essencialmente na procura de pequenas caixas (que se chamam "caches") que alguém escondeu previamente, publicando, no site https://geocaching.com, as coordenadas do esconderijo e outras informações”, refere o professor de CIÊNCIAS. “Para se ter acesso a todas as informações sobre a atividade e sobre as “caches” que existem, é necessário fazer o registo no site. Depois convém instalar no telemóvel uma app para ajudar nas procuras (há uma app oficial, mas recomendo a app c:geo)”, acrescenta.

O professor de CIÊNCIAS recorda que há três milhões de “caches” dispersas pelo Globo – e alguns milhares encontram-se em Portugal. Para que o entusiasmo não esmoreça, António Casimiro sugere três “caches”: uma primeira, criada pelo próprio, para promover uma visita pelo Jardim Botânico Tropical, em Lisboa, que parte à descoberta de um “mini-caderno”; uma segunda, conhecida por Fossilis Equinodermata CRINOIDEA, que implica a procura de vestígios de um fóssil no Campus de CIÊNCIAS; e uma terceira, no Monumento dos Combatentes do Ultramar, em Lisboa, que se distingue por estar “bem disfarçada”. “É a “cache” que está no topo das favoritas em Portugal”, conclui António Casimiro, sobre a terceira opção.


3. As histórias da ciência - Margarida Amaral, professora do Departamento de Química e Bioquímica

Margarida Amaral

Em vez de uma proposta para um único local, Margarida Amaral avança com duas sugestões que funcionam em quase todos os lugares. "The Double Helix", de James Watson, e "My Life in Science", de Sydney Brenner, são dois livros que a antiga líder do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) deixa como sugestão para a temporada de verão. O primeiro dos livros, (que já conta com tradução em português com o título: "A Dupla Hélice"), faz o relato científico da descoberta da famosa hélice do ADN, sem deixar de lado “paixões, rivalidades, colaborações e até espionagem!”. “Torna-se assim uma leitura incontornável para compreender os fundamentos da biologia molecular e a natureza do processo científico, bem como para retirar a ciência da ‘torre de marfim’”, refere Margarida Amaral.

"My Life in Science" também tem por base o relato de um protagonista da biologia molecular e das descobertas ligadas ao ADN, “incluindo o trabalho com o mRNA e o uso do organismo C. elegans (uma ‘minhoca’ de 1-2 mm) como organismo modelo”.

“Além de relatar descobertas fundamentais, Brenner aborda a ética na ciência, a importância da curiosidade e a evolução das tecnologias que permitiram avanços sem precedentes”, refere Margarida Amaral.


4. Lisboa e os cartoons – Ana Simões, professora do Departamento de História e Filosofia das Ciências

Ana Simões

A sugestão de Ana Simões remete para dois museus nas imediações do Campus de CIÊNCIAS. São eles o Museu de Lisboa, que se encontra no Palácio Pimenta, e o Museu Bordalo Pinheiro. Sobre o Museu de Lisboa, a especialista em história das ciências destaca “a exposição permanente” que considera “magnífica”.

Já o Museu Bordalo Pinheiro fica na margem contrária do Jardim do Campo Grande e dá a conhecer um “artista polivalente e crítico mordaz” que “é conhecido de todos”, mas que também tem facetas menos divulgadas. Ana Simões admite que parte dos portugueses não saibam que Bordalo Pinheiro “usou cartoons políticos para se confrontar com os cartoonistas da famosa revista britânica Punch numa contenda em que a componente tecnológica do Ultimato Britânico, ausente das narrativas histórias habituais, era posta em evidência”. Para quem se interessa no tema, Ana Simões deixa ainda um artigo científico como bónus: “Cartoon diplomacy: visual strategies, imperial rivalries and the 1890 British Ultimatum to Portugal”, de Diogo MP, Urze P, Simões A (2023).


5. À caça de meteoros – Pedro Machado, professor do Departamento de Física

Pedro Machado

Quem não quer ser o único a não olhar o céu pode já reservar a noite de 11 para 12 de agosto para um espetáculo que tem tanto de natural como de luminoso. Segundo Pedro Machado, é nessa data que a chuva de meteoros conhecida por Perseidas deverá alcançar o momento mais espetacular. “Com boas condições de observação os avistamentos de meteoros poderão ascender até à centena e meia por hora. Para garantir boa visibilidade, deve-se procurar um lugar escuro, sem interferência de luzes artificiais, preferencialmente, em áreas afastadas dos centros urbanos. De resto, basta olhar para o céu, de preferência olhando para Nordeste, e desfrutar do espetáculo cósmico”, propõe o investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

A noite das Perseidas é também conhecida como “Noite ou Lágrimas de São Lourenço”, refere o especialista. Apesar de 11 de agosto ser a data com maior potencial, é possível observar as Perseidas de meados de Julho até ao fim de agosto.


6. Água à moda de Lisboa – Jorge Buescu, professor do Departamento de Matemática

Jorge Buescu

Jorge Buescu é perentório ao dizer que a Mãe d’Água, de Lisboa, é “imperdível”, mas logo deixa uma condição para que essa característica se possa concretizar: “Atenção: só está aberta de manhã!”. Deixado o aviso, segue-se a descrição de “um lugar onde a física, a arte e a emoção se encontram”. “Esta cisterna monumental do século XVIII é uma obra-prima da engenharia portuguesa, projetada para abastecer a cidade com a água proveniente do Rio Alviela. Impressiona pelo seu interior elegante e sóbrio, com colunas e espelhos de água que refletem a luz como num templo submerso”, descreve o matemático.

Além das condições acústicas do espaço que integra o Museu da Água, Jorge Buescu realça uma surpresa para o final: “No topo espera-nos um terraço-miradouro com vista deslumbrante sobre Lisboa: o Jardim das Amoreiras, o Aqueduto das Águas Livres (que alimentava a Mãe d’ Água e também se pode visitar) e o Tejo ao fundo”, refere.


7. Ciência ao vivo! – Miguel Miranda, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia

Miguel Miranda

Miguel Miranda, professor de CIÊNCIAS que liderou por vários anos o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, deixa uma sugestão para miúdos e graúdos: “Durante as suas férias visite qualquer um dos Centros Ciência Viva. Todos eles são animados por gente extraordinária que promove a voz da ciência. Leve os seus familiares de qualquer idade!”, refere o professor jubilado de CIÊNCIAS. Atualmente, a rede de espaços de divulgação científica conta com 21 Centros Ciência Viva dispersos de norte a sul do País. Alguns deles são especializados em determinadas temáticas e quase todos têm uma vertente prática ou interativa que sustenta a divulgação de conteúdos científicos.

Hugo Séneca - DCI CIÊNCIAS
hugoseneca@ciencias.ulisboa.pt
foto dos tres finalistas

Filipa Rocha, estudante de doutoramento na Ciências ULisboa, alcançou o 2.º lugar do Prémio Jovens Inventores 2023, atribuído pelo Instituto Europeu de Patentes. O prémio corresponde a um valor pecuniário de dez mil euros. A cerimónia de entrega de prémios decorreu esta manhã, em Valência, Espanha.

fotografia de grupo

Foi assinado um protocolo de cooperação entre Ciências ULisboa, a FCiências.ID, o cE3c e a empresa dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners, que visa a investigação e mitigação dos impactos da exploração eólica offshore ao largo da Figueira da Foz.

Logotipo da ACL

Cristina Branquinho e Isabel Trigo foram eleitas em 2023 respetivamente sócias correspondentes nacionais da Classe de Ciências -  Ciências Biológicas e Ciências da Terra e do Espaço – da Academia das Ciências de Lisboa (ACL).

O projeto EDUCOAST, promovido pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, desenvolve programas educacionais para diversos níveis de ensino e para profissionais, na área das geociências costeiras e marinhas, tendo como base o trabalho de campo e as práticas experimentais.

Conceção artística do telescópio espacial Euclid no espaço

A missão espacial Euclid da Agência Espacial Europeia (ESA) irá penetrar nos últimos 10 mil milhões de anos de história do Universo para tentar compreender pela primeira vez o que está a acelerar a expansão do Universo. O lançamento do telescópio espacial Euclid está previsto para 1 de julho. O telescópio vai observar durante seis anos mais de um terço do céu. A participação portuguesa na missão Euclid é coordenada pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço.

João Pedro e Vera no laboratório

Ciências ULisboa integrou recentemente o projeto “Autonomia 21”, um projeto da Associação Pais 21 cujo objetivo é integrar jovens com Trissomia 21 no mercado de trabalho. O dinamizador desta ideia na Faculdade foi Federico Herrera, professor do DQB e investigador do BioISI. No âmbito deste projeto, Ciências ULisboa recebeu dois jovens que estão neste momento a estagiar num dos laboratórios da Faculdade.

José Pedro Granadeiro e Rui Rebelo

A expedição Selvagens 50 organizada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza da Madeira reuniu cerca de 40 especialistas de diversas instituições, entre os quais se incluem os professores do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa, José Pedro Granadeiro (aves marinhas) e Rui Rebelo (répteis terrestres).

Conceção artística de um exoplaneta semelhante a Vénus, em órbita da sua estrela

Uma equipa de investigadores escolheu um planeta a 106 anos-luz, com 1,37 vezes o diâmetro da Terra, descoberto em 2022, para apresentar a primeira simulação a três dimensões do clima de um planeta de tipo rochoso com as características que atualmente conhecemos em Vénus.

Grupo de alunos e professores

A 9.ª edição da final nacional das Olimpíadas Portuguesas da Geologia decorreu nos dias 3 e 4 de junho, no Centro Ciência Viva de Estremoz / Pólo de Estremoz da Universidade de Évora, com a participação de 25 estudantes vindos de diversas regiões do País, incluindo uma delegação dos Açores (São Roque do Pico).

Rádão

O professor do DQB Ciências ULisboa e investigador do BioISI Ciências ULisboa é o primeiro autor de um novo artigo publicado no jornal Physical Chemistry – Chemical Physics da Royal Society of Chemistry, onde foram estudados diferentes compostos de rádon e xénon - dois gases nobres – e onde as suas propriedades energéticas e de ligação química foram analisadas.

Fundo do oceano

Ricardo Melo, professor do Departamento de Biologia Vegetal da Ciências ULisboa e investigador do MARE, integra o júri do Prémio Mário Ruivo – Gerações Oceânicas. As candidaturas da 3.ª edição deste prémio decorrem até 31 de julho.

Carlos Nieto de Castro

Carlos Nieto de Castro chegou à Faculdade em 1982 com a missão de criar uma escola de Termodinâmica e Processos de Transporte. Em abril de 2019 jubilou-se. Ainda assim, o seu trabalho enquanto investigador continua: todos os dias úteis chega à Faculdade pelas 8h30/9h00. Conheça o percurso do cientista.

3 alunos numa mesa, na semana da sustentabilidade

Neste Dia Mundial do Ambiente recordamos a Semana da Sustentabilidade, organizada por núcleos de estudantes da Faculdade, com o apoio da Associação de Estudantes e do Laboratório Vivo para a Sustentabilidade.

José Guerreiro, docente do Departamento de Biologia Animal e investigador do MARE, iniciou funções esta quinta-feira, dia 1 de junho, como presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Miguel Miranda e a plateia

O professor e geofísico Jorge Miguel Miranda deu a sua última aula na passada sexta-feira, e despediu-se do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, laboratório do Estado que presidiu nos últimos dez anos.

pessoas numa sala com computadores

Esta segunda-feira, dia 29 de maio, Ciências ULisboa recebeu a visita de Oksana Zholnovych, ministra da Política Social da Ucrânia, e Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho. Os governantes visitaram uma turma durante uma ação de formação do programa UPskill, com o intuito de ficar a conhecer melhor este projeto.

12 finalistas do 3 MT

Patrícia Chaves foi distinguida com o segundo lugar, na primeira edição da competição 3MT – Três Minutos de Tese dinamizada pela Universidade de Lisboa. O pódio ficou completo com Catarina Botelho, em primeiro lugar, e Matteo Pisano, em terceiro lugar, ambos do Instituto Superior Técnico. Os nossos parabéns aos vencedores e a todos os finalistas!

Auditório com pessoas

Ciências ULisboa está de parabéns! 100% dos seus ciclos de estudos avaliados no segundo ciclo de avaliação (2017-2022) foram acreditados sem condições, pelo período máximo (seis anos), pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES).

Grupo de pessoas

Entre os dias 13 e 17 de março deste ano realizou-se a excursão geológica de campo na Bacia Lusitânica (bacia sedimentar mesozóica na região centro-oeste de Portugal), a pedido da SHELL e organizada pela empresa GeoLogica (Portugal), do geólogo Pedro Barreto, antigo aluno de Geologia da Faculdade.

Jorge Miguel Miranda

No próximo dia 26 de maio, pelas 11h00, terá lugar no Grande Auditório da Faculdade a cerimónia de jubilação de Jorge Miguel Miranda, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia na Ciências ULisboa, investigador do Instituto Dom Luís (IDL) e presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

oceano

José Guerreiro, professor do Departamento de Biologia Animal da Ciências ULisboa e investigador do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), foi nomeado perito da World Ocean Assessment III junto da Division for Ocean Affairs and the Law of the Sea (DOALOS) – ONU.

Médicos avaliam funções respiratórias de bébe

Carlos Farinha, professor do Departamento de Química e Bioquímica da Ciências ULisboa e investigador principal do grupo de investigação em Fibrose Quística do Instituto de Biossistemas & Ciências Integrativas, foi distinguido com um financiamento de 220 mil USD (€ 204.100,57), pela associação Emily’s Entourage.

Filipa Rocha

A estudante de doutoramento na Ciências ULisboa e professora assistente no IST desenvolveu um sistema que utiliza blocos tangíveis para promover a aprendizagem digital inclusiva para crianças com deficiência visual, ensinando assim literacia digital e eliminando barreiras educativas.

cérebro

O primeiro grande modelo de Inteligência Artificial generativa para a língua portuguesa, para cada uma das variantes, do Brasil e de Portugal, gratuito, em código aberto e com acesso universal está disponível desde este mês e tem 900 milhões de parâmetros. "Trata-se de um marco histórico muito importante na preparação tecnológica da língua portuguesa para a era digital", diz António Branco, professor do DI Ciências ULisboa.

Joaquim Alvez Gaspar

Encontra a resposta a esta pergunta na exposição final do projeto Medea-Chart - As Cartas Náuticas Medievais e Renascentistas: origem, uso e evolução, inaugurada a 18 de maio, no Instituto Hidrográfico e em exibição até setembro deste ano. Joaquim Alves Gaspar, investigador principal do projeto, efetuou uma visita guiada à exposição.

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