Patrícia Rachinas Lopes
MARE-ISPA

A comunidade de golfinhos-roazes residente na região do Sado, Setúbal, é estudada desde o início dos anos 80. Desde então, o seu efetivo populacional tem vindo a decair, encontrando-se, neste momento, identificados apenas 28 indivíduos. Esta comunidade encontra-se fragilizada e muito envelhecida, sendo composta por: 19 adultos, dos quais mais de metade com idade superior a 30 anos; 6 juvenis e 3 crias. Outro fator de risco é a reduzida distribuição geográfica e consequente exposição à pressão antrópica. Conhecem-se alguns contactos com grupos exteriores, mas é um fenómeno escassamente documentado e mal compreendido. Esta espécie possui uma estrutura social dinâmica e fluida, conhecida como fissão-fusão, pelo que estudos que incluam a monitorização dos indivíduos, composição dos seus grupos, utilização do habitat, aspetos da sua comunicação e efeitos da pressão do ruído e das embarcações são fundamentais para a compreensão da ecologia e conservação deste grupo de animais.