Quintas do MARE

Venenos de peixes. Diversidade nos seus constituintes proteicos e o seu potencial em biotecnologia

Anfiteatro da FFCUL, Lisboa

Frederico Almada
MARE-ISPA

Os organismos venenosos causam uma aversão natural em todos nós e os peixes não constituem uma exceção. Embora se saiba que estes venenos causam dor intensa e têm efeitos diversos (cardiovasculares, neurotóxicos, hemodinâmicos, etc.), não se conhece a sua diversidade em peixes e nada foi feito até à data na quase totalidade das espécies da fauna Europeia. Razões que poderão estar na origem desta situação poderão ser questões práticas, como dificuldades na extração dos venenos, ou questões estratégicas, como a necessidade de abordar estes temas através de equipas multidisciplinares. Embora não seja do conhecimento de todos, existem mais de 10 espécies de peixes venenosos nas águas Portuguesas, e, os venenos que cada uma produz, apresentam componentes distintos. Só este facto, recentemente reportado, deveria estimular a sua avaliação. É nesse sentido que se pretende avaliar de que forma estes venenos variam na sua constituição em diferentes espécies. Para além das aplicações potenciais deste tipo de trabalhos, um dos objetivos será verificar se as diferenças na constituição dos venenos estão relacionadas com o grau de parentesco entre espécies ou se este não é um fator preponderante na diversificação dos venenos em peixes. Dados preliminares apontam para resultados promissores, no entanto, há muito a fazer no futuro.

13h30
MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente